Hoje foi um dia atípico para nós. Não só para nós, mas para toda a população do Rio de Janeiro.
Ontem cheguei da escola super cansada (isso não é novidade). E o pior é que eu ainda tinha que ir à locadora para devolver 4 filmes. Era promoção do feriado: "Leve 4 por 10 reais". E ainda fiquei 4 dias com os filmes. Adoro essa promoção. Aliás, eu adoro promoções de todos os tipos.
Na hora que eu saí começou a cair uma chuvinha - eu não tinha ideia que aquela chuva não terminaria por ali - e eu com o meu belíssimo uniforme super confortável para dias de chuvas. Tive que voltar em casa para pegar o guarda-chuva. Ok, já estava no meio do caminho quando encontro meu pai de carro. E é claro que eu pedi pra ele me levar na locadora. Quando cheguei lá, a chuva caiu pra valer. Voltamos pra casa. Era umas seis e pouca da tarde e eu estava vendo Friends (o episódio super engraçado, como sempre). E então a chuva veio com mais força e o sinal da tv a cabo ficou ruim . Resultado: não consegui terminar de ver a minha série favorita e fiquei com raiva, muita raiva. Ótimo.
Nesse dia eu tinha falado com a minha mãe para ela comprar o meu cd do Christian. Logo pensei: "Só porque ela vai comprar o cd, vai acontecer alguma coisa que fará com que ela demore pra chegar em casa, fazendo com que eu fique muito ansiosa para tê-lo em minhas mãos". Dito e feito. A chuva torrencial que chegou no Rio antes de chegar em São Gonçalo deixou tudo parado por lá. Só sei que minha mãe chegou quase 23:00h em casa. Enfim, ela chegou bem e o meu cd também (cd lindo, por sinal. Comprem! u.u Cantor Christian Chavez. Nome do álbum: Almas Transparentes). Ouvi as músicas perfeitas do Cha e fui dormir com o sorriso enorme no rosto.
Quatro horas da manhã e eu sinto o meu celular vibrar. Era Bruno me mandando uma mensagem falando da chuva. Tentei entender o que estava acontecendo, mas não conseguia. O sono era demasiado. Meus olhos estavam tão pesados... De repente as vizinhas fofoqueiras começam a falar SUPER alto, e dessa vez não tinha como eu não despertar. Olhei pela janela do meu quarto. Levei um susto. A minha rua era um verdadeiro rio. Juro. Choveu a madrugada inteira. O rio que tem lá na frente transbordou e entrou na minha rua! E com correnteza ainda por cima. A sorte é que eu moro num sobrado, pois as pessoas que moram embaixo da minha casa sofreram. Entrou água em tudo! O fusquinha ficou com água pela metade.
Eu estava realmente assustada. Nunca tinha visto uma coisa assim. E também estava com pena dos vizinhos que tiveram suas casas invadidas pela água. Acordei minha mãe. Não sei por que, né. Como se ela tivesse todos os poderes do mundo para fazer a chuva parar. Mas eu me sinto melhor vendo ela acordada, do meu lado.
E aí, ia pra escola ou não? Mas é claro que a resposta era NÃO! Sem condições de sair de casa. Primeiro: impossível de passar pela minha rua (só de canoa ou jatinho . Como eu não tenho nenhum dos dois...). E segundo: com toda a certeza do mundo, o Barreto – onde fica a nossa escola – estava debaixo d’água. Aquele local fica bem tenso quando chove. Sem contar que entra água na escola. Fica tudo uma nojeira. Ratos, lacraias, baratas e outros bichinhos bonitinhos como esses. Enfim, não fui pra escola. Luma e Mariane também não.
Liguei a televisão para ver o que estavam falando sobre a chuva. E era o mesmo assunto em todos os jornais: “Pior chuva que o Rio de Janeiro já enfrentara em sua história”, “Várias pessoas morrem por causa de chuva devastadora no Rio”, “Deslizamentos de terra deixam famílias desesperadas”. A situação foi caótica (e ainda é). Alcântara ficou completamente debaixo d’água. Fiquei mal por isso.
Lembrei tanto de A Arca de Noé. Será 2012 chegando? Será que o mundo vai acabar em água? Para mim, isso é bem provável.
E como dizia Tales de Mileto: “Tudo é água!”.
Izabella.